Artigo publicado no Jornal O Tempo (30/05/2021)
Há alguns anos, muitas empresas descobriram o valor e investem no desenvolvimento das competências emocionais das suas equipes, pois esse equilíbrio está diretamente relacionado à consistência dos resultados e capacidade de adaptação aos novos desafios. Em especial durante a pandemia, o aperfeiçoamento dessas “soft skills” se tornou uma necessidade para a união de todos e para que o trabalho consiga fluir de forma satisfatória.
Inteligência emocional (IE) pode ser definida como a capacidade de compreender e administrar as próprias emoções, usando-as para o crescimento pessoal e construção de relações saudáveis. Segundo a consultoria TalentSmart, 58% do desempenho profissional está relacionado à inteligência emocional, ou seja, a forma como a pessoa lida com as crises e sua capacidade de adaptação. Além de trazer grandes benefícios para o ambiente de trabalho, o equilíbrio emocional também favorece o desenvolvimento familiar tornando-se peça fundamental para o sucesso individual e coletivo.
O desenvolvimento tecnológico provocou mudanças na forma como a sociedade se relaciona e a sinergia é base para os resultados, por isso pessoas agressivas e estouradas são evitadas pelas organizações. Segundo uma pesquisa global realizada pela Harvard Business Review, empresas que investem na IE dos colaboradores possuem níveis mais altos de produtividade e engajamento entre seus funcionários e clientes do que empresas que não valorizam essa habilidade.
Nos dias atuais, é fundamental para os profissionais que desejam se destacar no mercado saber como amadurecer emocionalmente. O ponto de partida é o autoconhecimento, o “conhece-te a ti mesmo” da filosofia grega clássica nunca foi tão necessário, guiando o indivíduo para identificar e perfeiçoar seus diferenciais, corrigir seus fatores limitantes e empenhar-se firmemente para evolui integralmente.
O segundo pilar é a autogestão, que é a consciência própria para agir, administrar prioridades e educar as emoções para fins construtivos, onde a empatia e os “relacionamentos ganha-ganha” são elementos fundamentais. Pautas como respeito à diversidade, conflito produtivo, negociação de longo prazo e valorização das diferenças são constantes, não havendo mais espaço para pessoas isoladas que não querem se relacionar bem com os outros.
Saber lidar com as frustrações e contrariedades é algo que o imaturo emocional desconhece, pela sua dificuldade em aceitar o diferente e implementar decisões com as quais discorda, por mais necessárias que sejam para os resultados da organização e das outras equipes. O imaturo emocional, agindo assim, torna-se um estorvo para a evolução geral e precisa ser devidamente orientado ou afastado, pois dificulta a prosperidade dos negócios. Uma pessoa madura emocionalmente pode ser definida como aquela que busca o equilíbrio entre o domínio da razão e o senso de respeito e justiça, agindo com equilíbrio diante das contrariedades.
É importante explicar que eleger a razão como um guia profissional não significa ausência de sentimentos, antes pelo contrário, demonstra que as emoções impulsivas estão sendo refinadas pela capacidade de raciocínio e clareza sobre os riscos e esforços para se atingir os objetivos propostos. Nesse contexto, o desenvolvimento da IE está diretamente ligado à capacidade do indivíduo em se reinventar e adaptar-se, algo fundamental para um mercado cada vez mais competitivo e holisticamente exigente.
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