ARTIGO PUBLICADO PELA REVISTA VIVER BRASIL:
No mundo dos negócios, existe certa referência em torno do indivíduo que consegue transformar o negativo em positivo… Tais realizações impressionam sobretudo quando o negativo é alguma forma de fracasso que se transforma num processo consequente de sucesso, falhas que se tornam vitórias justamente por serem falhas.
Há inúmeras formas de fazer que os erros dos outros rendam frutos, como por exemplo reestruturar o modelo de negócios, eliminar defeitos dos processos, encontrar novos modelos de transpor barreiras imprevistas, formar lideranças despreparadas etc. Mas as pequenas coisas também são importantes! Por incrível que pareça, uma das maneiras mais fáceis de virar o jogo não requer que pensemos nos erros que cometemos no passado, a sugestão é fazer uma pequena mudança e pensar também nos erros que os outros cometeram.
Charlie Munger é brilhante e sábio, principal sócio de Warren Buffett e o mais confiável conselheiro da firma de investimentos Berkshire Hathaway, que desde sua Fundação em 1964 tem obtido sucesso em níveis jamais vistos no setor. Uma vez pediram ao Munger para descrever o que ele fazia para que cada escolha sua fosse acertada. Ele respondeu simplesmente: “revejo minha lista de estupidezes”.
Munger mantém um arquivo de ações insensatas, com os fracassos e erros graves responsáveis pelas “estupidezes”. Em vez de apenas seguir o pensamento convencional de identificar e reproduzir as decisões inteligentes que conduziram ao sucesso, Munger também usa tempo para identificar e evitar as decisões insensatas que causaram o fracasso dos outros.
Muitas vezes, um único erro – seja por falta de informações básicas, excesso de confiança nas próprias competências ou ingenuidade em termos econômicos – pode colocar tudo a perder. Por isso, vale a pena não só criar uma “lista de estupidezes” com os passos em falsos e infortúnios dos outros, mas também consultar essa lista sempre que tiver que tomar decisões importantes.
Existe um segundo motivo para criar nossa própria lista de estupidezes. Após uma exaustiva análise de pesquisas relevantes, o respeitado psicólogo Roy Baumeister chegou à conclusão de que as pessoas utilizam com facilidade as informações negativas, pois são fáceis de lembrar e tem peso relevante na tomada de decisões.
Há ainda um terceiro benefício de fazer uma lista e aprender com as piores práticas dos outros. Como a lista contém erros alheios, é mais fácil reconhecer as falhas. Se fossem apenas nossos erros, tentaríamos combater a tendência de achar que não foram erros, mas falta de sorte ou o momento inadequado, fatores além do nosso controle. Mas a análise das decisões malsucedidas dos outros evita a defesa do ego, oferecendo uma ferramenta de aprendizado muito eficaz, algo que precisa ser estendido às nossas lideranças e equipes.
Lembre-se sempre desse pequeno detalhe que ajudará a fazer os movimentos certos nos seus negócios: ter acesso a uma lista dos movimentos errados dos outros. O primeiro passo é criar essa lista, consultá-la com frequência e usá-la sistematicamente para tomar decisões importantes, hábito que fará grande diferença nos seus resultados! No próximo artigo falaremos também sobre isso, para você acertar mais e errar menos.
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